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EDUARDO WHITE (1963-2014): Entre a memória e o esquecimento
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Publicado em 01/08/2024

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LUCAS MUAGA
ASSINALA-SE este ano uma década da morte de Eduardo White, um dos maiores nomes da poesia moçambicana contemporânea. O seu desaparecimento físico deu-se a 24 de Agosto de 2014, na cidade de Maputo, depois de uma batalha contra a doença.
Nascido em Quelimane, província da Zambézia, a 21 de Novembro de 1963, o autor deixou poesia e prosa como herança. A sua lírica, espalhada em mais de vinte livros, continua a ser um dos seus maiores legados e continua a inspirar gerações de autores.
Teve uma carreira brilhante e coroada de distinções. Tal se nota nos livros “País de Mim”, Prémio Gazeta da revista Tempo, “Poemas da Ciência de Voar e Engenharia de Ser Ave”, Prémio Nacional de Poesia, “Dormir com Deus e um Navio na Língua”, Prémio Consagração Rui de Noronha, “Manual das Mãos”, Prémio José Craveirinha, e “O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados”, Prémio Glória de Sant’Anna, mostram o quão teve uma carreira literária brilhante.
No entanto, os prémios não dizem tudo do autor, até porque entre os seus trabalhos mais aclamados estão “O País de Mim” e “Janela para Oriente”, que exploram temas como amor, perda e complexidade da condição humana. A sua obra oferece uma profunda reflexão sobre a identidade e cultura moçambicanas, tendo inclusive conquistado leitores além-fronteiras.
Ainda assim, há quem defenda que o poeta está a ser esquecido, apesar de consensual o discurso segundo o qual Eduardo White é uma figura por eternizar. Alguns autores e amantes da sua escrita entendem que nos anos que se seguiram à sua morte a obra do poeta não recebeu a atenção que merecia.
Há, por isso, quem se dê a missão de combater este esquecimento. Um deles é o escritor Luís Cezerilo, que recentemente publicou “O Resgate da Memória: um olhar crítico sobre Eduardo White”, um livro que homenageia Eduardo White, por ocasião da passagem dos 10 anos da sua morte.
A obra apresenta diversos capítulos que navegam na problemática da literatura e no amor contemporâneo através do poeta. “Percorremos vários caminhos da dimensão whiteana, mas o foco central da obra centra-se na memória e no esquecimento. Onde está a nossa memória colectiva? Por que esquecemos? Alguém que não é meramente um património nacional?”, questinou o autor.
O acto comemorativo, que juntou vários escritores e amantes da escrita do poeta, ocorreu em dois dias. A primeira festa deu-se na Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), um dos espaços que White frequentava, sem contar com o facto de ter sido um dos fundadores do mesmo. A segunda teve lugar na Matola.


EDUARDO WHITE



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(Rádio Cultura)
Jornal Noticias

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