A Escritora Moçambicana Paulina Chiziane, que lançou a obra Niketche em 2002 e recentemente referiu-se a poligamia como acto de afirmação da masculinidade, foi condenada por muitos críticos, entre eles, na sua maioria, do sexo feminino.
Chiziane enraizou o tema da Poligamia através da sua obra Niketche lançada em 2002, passados 10 após o fim da guerra civil moçambicana que durou cerca de 16 anos.
“Niketche” é um romance escrito por Paulina Chiziane que narra a história de Rami, uma mulher moçambicana que enfrenta desafios e opressões na sociedade patriarcal em que vive. O livro aborda temas como casamento, poligamia, prostituição e o papel da mulher na cultura africana. Através da história de Rami, Chiziane explora as complexidades das relações de género e mostra como essas questões afectam a vida das mulheres em Moçambique. O livro é uma reflexão sobre a busca pela liberdade e a capacidade de resistência das mulheres num contexto social desfavorável.
Após ouvir críticas sobre suas convicções e comentários baseados na sua obra literária, Chiziane reagiu e chamou àqueles que comentaram em torno do seu posicionamento de pessoas preguiçosas no pensamento e que gostam de se apressar na fala antes de estudar o que ela referiu.
O comentário que viraliza nas redes sociais, foi extraído do PODCAST do canal MOZPOD onde até o moderador acabou se sentindo culpado, após ela desabafar.
“As pessoas têm o hábito de provar comida crua. Falar da poligamia não é defendê-la, pode se criticar, pode se denunciar, então, não é comum esta sociedade moçambicana ver uma negra intelectual. Se EU fosse branca chamar-me iam antropóloga, e, porque eu escrevi sobre esses assuntos, começam a colocar nomes”, disse Paulina Chiziane acrescentando haver moçambicanos que colocam agem de forma ignorante dia dela.
Para a Escritora, as pessoas deviam saber primeiro qual é a origem da poligamia e, daí, criticarem.
“… o que é poligamia? — começamos por aí — é um sistema milenar da construção de várias sociedades. Desde os tempos mais antigos. A poligamia tem várias formas dependendo da cultura…”
(Rádio Cultura)