As inscrições para o Prémio Literário Mia Couto foram abertas esta sexta-feira, na Cidade da Beira, durante o lançamento da primeira edição da iniciativa da Associação Kulemba em parceria com a Cornelder de Moçambique. Ao concurso, podem concorrer todos os autores moçambicanos com obra publicada (prosa ou poesia) em 2021 ou 2022.
Com a pretensão de estimular a produção literária no país, o Prémio Literário Mia Couto vai estar atento ao que de melhor se produz em Moçambique, conforme assegurou o Presidente da Associação Kulemba, Dany Wambire. “Este prémio pretende estimular a produção de qualidade”.
Na cidade onde o escritor nasceu em 1955, o Prémio Literário Mia Couto foi lançado numa cerimónia que contou com a presença de autoridades locais, escritores, professores universitários, actores e artistas em geral. Segundo disse o Director-Executivo-Adjunto da Cornelder de Moçambique, António Libombo, é um privilégio enorme poder celebrar o escritor do Chiveve com uma iniciativa literária. “O Mia é uma figura de dimensão mundial. Isso honra-nos muito e sentimo-nos reconhecidos com o facto de prontamente ter aceitado juntar-se a nós nesta iniciativa”.
Presente na cerimónia, a Directora do Instituo Nacional das Indústrias Culturais e Criativas, Matilde Muocha, a quem coube declarar lançado o prémio, dedicou votos de esperança “para que a iniciativa literária contribua para o crescimento e fortalecimento da literatura moçambicana”.
Nesta primeira edição do prémio, a iniciativa vai distinguir livros de autores moçambicanos, publicados em língua portuguesa em 2021 e 2022. Para o patrono do prémio, Mia Couto, a iniciativa traduz o desejo de existir em benefício dos outros. “O nome que a gente tem, o nome que levamos connosco até ao fim da vida é, talvez, o maior tesouro, a coisa mais nossa que nós temos”, introduziu Mia, para depois acrescentar: “O sonho de qualquer artista é ser os outros, é transitar de si próprio, fazer essa viagem para ser outro”.
A primeira edição do Prémio Literário Mia Couto tem como membros de júri Francisco Noa, Teresa Manjate, Zeferino Coelho, Tânia Macedo e Daniel da Costa. Os vencedores do Prémio serão laureados, cada, com quatrocentos mil meticais.
O Prémio terá duas categorias (prosa e poesia), devendo-se distinguir uma obra em cada categoria. Para a categoria da prosa, nos anos pares, o prémio será atribuído ao melhor livro de conto, e, nos anos ímpares, ao melhor romance. Assim, avança o regulamento, em 2023, o Prémio distinguirá um romance.
O Prémio Literário Mia Couto será outorgado a livros de autores moçambicanos, publicados em língua portuguesa, sendo elegíveis os livros publicados no ano anterior à atribuição do prémio. Só nesta primeira edição serão aceites, excepcionalmente, os livros publicados em 2021 e 2022. Os livros concorrentes devem ter sido publicados em versão impressa. O livro concorrente deve ser original, não podendo apresentar nenhuma parte já publicada antes em livro. Do mesmo autor, não deverá ser distinguida mais do que uma obra.
Os livros devem ser inscritos pelos autores ou pelos editores. Não poderão concorrer colectâneas com diferentes autores ou livros escritos em co-autoria. Os concorrentes deverão preencher uma ficha de inscrição, que deverá ser entregue juntamente com cinco exemplares do livro, num envelope fechado.
A ficha de inscrição e os exemplares do livro concorrente devem ser entregues na sede da Associação Kulemba, sita na Rua António Enes, Bairro do Chaimite, Cidade da Beira.
As inscrições relativas a esta primeira edição deverão decorrer de 02 de Junho a 05 de Julho de 2023.
As obras finalistas serão anunciadas no site e nas redes sociais da Associação Kulemba até 05 de Setembro de 2023. Já os vencedores do prémio serão divulgados em Setembro de 2023, durante a Feira do Livro da Beira, FLIB 2023.
03/06/2023
(Rádio Cultura)
José dos Remédios