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Artistas entendem que 2022 foi um ano de recuperação do tempo perdido
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Publicado em 03/01/2023

Lucrécia Paco, Juvenal Bucuane e Isaú Meneses consideram que 2022 como sendo um ano de recuperação do tempo perdido. Os artistas esperam que 2023 seja de melhorias e de maior abertura para o desenvolvimento das artes e cultura.

2022 chegou ao fim. Por isso, o momento também serve para se fazer balanço do que foram os últimos 12 meses. Depois de quase dois anos de limitações devido à COVID-19, os fazedores das artes e cultura voltaram a ver uma luz no fundo do túnel. “Eu reparo que há muita criatividade. Há muitos jovens que escrevem e que publicam aquilo que escrevem em diferentes géneros: poesia, literatura infanto-juvenil, romances e etc. Há muita criatividade”, disse Juvenal Bucuane.

Segundo o autor de MasingitaBairro Indígena ou Requiem com olhos secos, igualmente, 2022 foi um ano positivo porque conseguiu despertar nos leitores a importância da literatura em tempos de crise e ainda permitiu aos artistas voltarem a ter rendimentos necessários para sustentarem a si próprios e às suas famílias.

Já para a atriz Lucrécia Paco, o ano 2022 não serviu, apenas, para reactivar o sector, serviu, igualmente, ma para se reflectir sobre as necessidades do país do sector das indústrias culturais e criativas. Assumindo que o ano foi positivo, a actriz e encenadora sugere que em 2023 consiga-se investir em centros culturais de raiz, não só no centro da Cidade de Maputo, mas também nos bairros suburbanos. “Espero que tenhamos mais mecenas a apoiarem a arte e a cultura”, disse Lucrécia Paco, mesmo a concordar com Juvenal Bucuane, para quem 2023 irá permitir aos moçambicanos abrirem o caminho até onde pretenderem chegar.

O músico Isaú Meneses considera que a candidatura da dança Mapiko a património da humanidade é um dos grandes marcos do ano. E explica: “Se conseguirmos fazer aprovar essa candidatura, será mais uma vantagem na projecção da imagem de Moçambique no exterior”.

Além disso, para Isaú Meneses, 2022 também foi um bom ano porque permitiu a aprovação da Carta Africana de Renascença, pela Assembleia da República. “Essa é uma demonstração inequívoca do compromisso que Moçambique tem para com a cultura, mas também é uma abertura que se faz para que haja mais investimentos no campo da cultura em Moçambique”, afirmou o músico e compositor, reforçando a expectativa de que 2023 poderá trazer ainda mais realizações para Moçambique, no sector da indústria cultural e criativa.

("O País", 03/01/2023)

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