O poeta moçambicano Guita Jr, autor do livro “Da pele do rosto/ A coisa do tempo” confessa ter interesse por temas que abordem a vida e a existência.
Num breve chat, Guita Jr. respondeu três perguntas feitas à si pela equipa da Ethale, as quais transcrevemos a seguir:
1. Quais são os seus projectos futuros?
R: Sou bastante reticente quanto ao futuro. Não tenho garantias que exista.
* Em alguns poemas evoca a infância, a terra, a família e a vida. Têm algum significado específico para si?
R: Na escrita, interessa-me o assunto Vida, Existência (de toda ordem). Entendo que a grande pergunta prende-se com: donde viemos, para onde vamos. Mas sobretudo: o que estamos aqui a fazer e porquê?
* Há uma sequência de poemas a evocar a solidão os as solidões. Sente que o mundo hoje vive uma autêntica solidão?
R: Há vários tipos de Solidão. Desde a mais dolorosa, por abandono, depressão, isolamento, doença, e, portanto, forçada… até à solidão por necessidade ou por opção. O acto da escrita é um acto solitário. Acredito que seja saudável e prazeroso que um indivíduo queira, em determinados momentos, ficar só. Creio que necessitamos de algum tempo para nós próprios. Isso não nos torna antissociais, antes pelo contrário! O grande perigo é a solidão, a boa, viciar.
O que actualmente e cada vez mais se verifica é a “solidão grupal”, tipo, entre amigos ou em família estarem todos juntos e cada um ocupadíssimo no seu telemóvel… (“Ethale Publishing” 11/05/2022)